sábado, 18 de outubro de 2008


A primeira edição do Fair Fight de Muay Thai teve cara de K-1. Com três superlutas e um GP até 76kg reunindo alguns dos melhores strikers brasileiros da atualidade, o público, que lotou na noite de ontem (11) as dependências do Clube Sírio, em São Paulo, pode presenciar o nascimento de mais um grande talento nacional da trocação. Sem dúvida alguma, o grande aperitivo do evento foi o GP até 76kg, onde o mineiro Thiago Michel (Ely Team) lutou 11 rounds para se sagrar campeão.

Oriundo do Kickboxing, Thiago passou na primeira luta pelo seu xará Thiago Teixeira (Still) na decisão unânime dos juízes. Andando sempre para cima e usando bem os chutes altos, Thiago Michel passou para a semifinal, onde encarou o curitibano Diego Gasparetto (Thai Brasil), que havia nocauteado Emerson Naja (Naja Team) em apenas um minuto de luta com uma joelhada. A tática contra Gasparetto foi parecida com a da primeira luta, mas com mais alguns ingredientes. Além de acertar a distância e aproveitar a sua maior envergadura, dessa vez Thiago usou mais as mãos, chegando a aplicar um belo soco rodado, e passou a usar o chute frontal, que chegou a balançar Gasparetto. A vaga para a final veio na decisão unânime dos juízes.

Do outro lado da chave, o veterano Inaftali Gomes (Serginho Team) derrotou Diego Sebastião (Thai Center) na decisão dividida, em luta duríssima, e na semifinal encarou Tico Pedroso (World Strong), que havia derrotado Luis Sorriso (Chute Boxe) na decisão unânime dos juízes. A semifinal foi uma guerra, com Inaftali se recuperando de um knock down logo no começo do combate e vencendo por TKO aos 2min13s do segundo assalto. Até a semifinal, todas as lutas do GP foram disputadas em três rounds, já na final a luta poderia ser disputada em até cinco rounds. E foi o que aconteceu. Em uma luta emocionante, Thiago e Inaftali adotaram posturas diferentes. Thiago usou sua maior envergadura para manter a distância e trabalhou por todo o ringue, enquanto Infatali apostou na tática que o havia levado a final de jogar ganhando o centro do ringue.

Depois do equilíbrio nos dois primeiros rounds, Thiago abriu caminho para a vitória ao acertar um chute lateral que balançou Inaftali e obrigou o juiz a abrir contagem. Deste momento em diante, Thiago passou a dominar mais o combate e cadenciou a luta acertando bons chutes frontais e chutes altos. Inaftali mostrou muito coração, mas não teve forças para reverter o bom momento de Thaigo, que faturou o GP e o cinturão nacional da WBC Muay Thai na decisão unânime dos juízes. Thiago comemorou com seu treinador e pai, Ely, que por sua semelhança com Pedro Lara, foi o tempo todo aclamado pela torcida.

“Todo mundo brinca chamando ele de Pedro de Lara, mas ele é meu pai Ely e meu mestre também. Fizemos um grande trabalho, que está apenas começando. Foi uma grande surpresa para mim levar esse GP, afinal de contas, eu nunca poderia imaginar lutar com esses caras. Eu sempre assistia a luta deles pela televisão e sonhava um dia estar entre eles. E aqui estou”, comemorou o mineiro de Belo Horizonte.

Nas superlutas, outro mineiro fez sucesso. Considerado o melhor 70kg da atualidade no Brasil, Bruno Carvalho (BCT Team) manteve a sua invencibilidade de 20 lutas ao derrotar com facilidade Alex Cobra (Thai Center) a 1min4s de luta após aplicar um soco na costela e uma joelhada que levaram Cobra a nocaute. Na luta entre pesos pesados, melhor para Marcos Pezão (M-Fire), que depois de castigar Eduardo Maiorino (UDL) no primeiro round, o levou a nocaute a 1min43s do segundo assalto após combinar um jab, direto e um upper na linha de cintura que derrubou Maiorino.

Na outra superluta, que durou cinco rounds, Munil Adriano (Macaco) enfrentou Ricardo Galheta (Gibi Thai) e acabou derrotado na decisão dividida em luta polêmica. A luta foi morna, com poucos golpes contundentes nos três primeiros rounds. Porém, nos dois últimos rounds, Munil mostrou mais gás e conectou bons golpes, chegando a fazer o nariz de Galheta sangrar. A decisão foi muito vaiada pelo público, na única luta controversa do evento. Confira abaixo os resultados completos do evento e não deixe de conferir amanhã uma super galeria de fotos do evento.

RESULTADOS COMPLETOS:

Fair Fight Muay Thai
Ginásio Esportivo Clube Sírio, São Paulo
Sábado, 11 de outubro de 2008

Lutas alternate:
- Alex Oller (Muay Thai MMA Brasil) derrotou Flavio Mr. Sandman (Pardinho Team) na decisão unânime dos juizes;
- Phillype Oriolli (Gibi Thai) derrotou Muriolo Paolielo (M-Fire) por TKO aos 58s do 2R;

GP até 76kg:
- Thiago Michel (Ely Team) derrotou Thiago Teixeira (Still) na decisão unânime dos juizes;
- Diego Gasparetto (Thai Brasil) nocauteou Emerson Naja (Naja Team) a 1min2s do 1R;
- Inaftali Gomes (Serginho Team) derrotou Diego Sebastião (Thai Center) na decisão dividida dos juizes;
- Tico Pedroso (World Strong) derrotou Luiz Sorriso (Chute Boxe) na decisão unânime dos juizes;

Semifinais do GP:
- Thiago Michel (Ely Team) derrotou Diego Gasparetto (Thai Brasil) na decisão unânime dos juizes;
- Inaftali Gomes (Serginho Team) derrotou Tico Pedroso (World Strong) por TKO aos 2min13s do 2R;

Final: - Thiago Michel derrotou Inaftali Gomes na decisão unânime dos juizes;

Superlutas:
- Ricardo Galheta (Gibi Thai) derrotou Munil Adriano (Macaco) na decisão dividida dos juizes;
- Bruno Carvalho (BCT Team) nocauteou Alex Cobra (Thai Center) a 1min4s do 1R;
- Marcos Pezão (M-Fire) nocauteou Eduardo Maiorino (UDL) a 1min43s 2R.

Coletiva de imprensa ufc 89


A entrevista coletiva do evento foi presidida pelo presidente do Ultimate Fighting Championship no Reino Unido, Senhor Marshall Zelaznik, acompnhado por Paul Kelly, Keith Jardine, Michael Bisping, Chris Leben, Brandon Vera e Marcus Davis.
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Algo digo de citação em relação a esse evento é a falta de animosidade entre os principais astros. O aspecto profissional e a cortesia tem prevalecido apesar de algumas lutas serem de grande importância para os participantes.
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Mike Bisping, um dos seis lutadores ingleses do card, enfrenta Chris Leben, um atleta conhecido por ter o queixo duro e mãos pesadas. Essa batalha da categoria dos médios capitaneia mais essa jornada do Ultimate em terras britânicas.
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“Estou muito feliz por estar aqui. Sou grato a vocês por terem permitido a minha entrada no país. Eu estava um pouco preocupado no avião” brincou Leben referindo-se a sua recente suspensão condicional de pena.
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“Essa é a luta pela qual tenho esperado. O mundo, os fãs, todos querem ver essa luta. Nossos estilos, nossas personalidades… será ótimo.”
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“Não há como dizer ainda se vencerei por finalização ou nocaute mas vocês não piscarão. Nós seremos violentos”
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Bisping foi mais sucinto quando perguntado sobre sua opinião, “É a luta que eu tenho desejado há algum tempo. Iremos para cima um do outro” disse elegantemente.
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Não houve agressões externas ou ataques verbais, mas Bisping parece ter ligado as turbinas com a aproximação da luta. Suas provocações têm sido mais estúpidas e rápidas, mas há um sinal obscuro vindo à tona pelo comentário que seu adversário fez recentemente:
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“Há um comentário que gostaria de fazer. Chris me chamou de ‘gato assustado’ em uma entrevista anterior. Veremos quem é o gato assustado à noite. Não serei eu”
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Por Auric Goldfinger da Redação Último Round